Yoga com Liana
foto: Luciana Rodrigues
Meu relato pessoal
O meu parto começou meses antes mesmo do meu filho nascer. Tudo foi um processo. Eu passei pela fase da alegria de descobrir que estava grávida, pela fase do pânico ao pensar no parto normal, até que cheguei a fase do descobrimento. Foi aí que meu trabalho de parto começou, mais ou menos quando estava com 4 meses, na mesma época que entrei em uma turma de yoga para gestantes.
Essa turma de yoga foi transformadora na minha vida, e ainda é. Lá eu me sinto totalmente acolhida. Acolhida para falar sobre meus medos, compartilhar pensamentos e experiências. Pra mim é quase uma terapia. Não sei se foi o fato de estar grávida, ou a yoga ou essas novas pessoas que entraram na minha vida, mas eu mudei completamente. Me transformei em uma pessoa mais paciente, passei a pensar 2 vezes antes de falar alguma coisa, passei a respirar antes me estressar. Meu marido e colegas de trabalho, que estavam próximos de mim no dia a dia, viram uma mudança radical. No meio desse turbilhão de mudanças que é a gravidez, mudanças hormonais e no corpo, eu ainda vivi uma mudança interior. Passei a ver o mundo de outra forma e encarar a vida com mais leveza. Problemas no trabalho nunca vão ser mais importantes do que brincar com meu filho. Coisas materiais perderam seu valor, meu filho só precisa do meu amor pra ser feliz. Foi através de outra aluna grávida que ouvi falar pela primeira vez do parto humanizado e criação com apego. E isso era exatamente o que eu estava vivendo dentro de mim.
Eu nunca tive uma idéia romântica do parto, eu sabia que teria dor e que seria cansativo, mas isso não impede de ser um momento lindo e maravilhoso na vida de uma mulher. E eu queria viver esse momento plenamente. Então comecei a me preparar. Na yoga eu fazia exercícios para fortalecer as pernas e as costas, fazia exercícios para trabalhar o assoalho pélvico e muita respiração. Os exercícios de yoga favorecem a circulação sanguínea evitando inchaço nas pernas e pés. Eu fazia muitos exercícios de agachamento, isso me ajudou muito durante o trabalho de parto. Nunca fiquei tão bem com meu corpo quanto durante a minha gravidez. Não tive dor nenhuma na lombar e fiz minha aula de yoga até 4 dias antes do nascimento. Cada vez que fazia exercícios com o períneo eu imaginava meu colo do útero se abrindo para facilitar a passagem do meu filho ou se fechando para mantê-lo seguro até a hora do parto. A cada respiração eu pensava na placenta sendo oxigenada e meu filho recebendo todo o prana do mundo. Se meu dia tivesse sido estressante, eu sabia que na yoga eu iria relaxar e entrar em contato de novo com aquele ser que crescia dentro de mim. Durante a noite eu colocava um CD da yoga para nós ouvirmos e relaxarmos juntos. Eu tinha escolhido esse CD para tocar no dia do parto, e falava com meu filho que sempre que escutássemos essas músicas nós iríamos relaxar e deixar a natureza fazer a parte dela.
Minha professora de yoga me ajudou muito no meu processo de acreditar no meu corpo e no meu filho para o dia do nascimento. No momento do yoganidra, ela pedia para colocarmos as mãos em nossos filhos e ensinar a eles a relaxar e a mentalizar o dia do parto. Tudo que é desconhecido assusta um pouco, e eu acredito que deve ser muito mais assustador para o neném do que para a mulher, por isso eu conversava com meu filho e tentava explicar pra ele que não precisava ter medo, que tudo iria ocorrer da maneira certa. Falava pra ele que em breve minha barriga ficaria pequena e que ele teria que sair, mas que isso seria ótimo, pois finalmente iríamos nos conhecer. Mostrava pra ele mentalmente o caminho que ele faria no dia do nascimento. Imaginava ele com a cabeça encaixada na minha pelve, descendo pelo canal vaginal e fazendo a curva para nascer. Falava com ele que aqui fora ele teria que respirar sozinho e aprender a mamar, mas que eu estaria perto dele o tempo todo para ensiná-lo. Conversava com ele sobre o momento do parto, sobre as dores que eu sentiria, falava para ele não se assustar caso eu gritasse. E aos poucos, durantes meses de “papo” nós dois fomos ficando cada vez mais confiantes, até o ponto em que aguardávamos ansiosamente para sentir essas dores e vivenciar esse desconhecido. Não tínhamos medo nenhum.
Com exatas 38 semanas comecei a sentir os pródromos e sabia que meu filho nasceria pela próxima semana, mas não queria ficar ansiosa nem alarmar ninguém. A ansiedade é muita, mas ela pode atrapalhar o trabalho de parto, então tentava não pensar que em breve conheceria finalmente meu filho. No dia seguinte as contrações ganharam ritmo e eu passei um dia tranquilo com meu marido e minha mãe. Recebi massagem, carinho e muito cuidado. As contrações eram totalmente suportáveis. Adorava quando elas vinham, pois era um sinal de que as coisas estavam caminhando. A noite preferi ir para a maternidade pois me sentia mais segura lá. Mas estava com apenas 3cm de dilatação, então comecei a colocar em prática todos os exercícios que vinha treinando na yoga. Fazia agachamento, sentava na bola e rebolava, abraçava meu marido e rebolava, tudo ao som do meu CD de yoga. Pouco tempo depois as contrações já estavam bem fortes, não conseguia passar por elas sentada nem deitada, precisava ficar em pé me apoiando em alguém. Meu marido e minha mãe se revezavam para ser meu suporte, a cada contração abraçava eles e não pensava em nada. Respirava profundamente e a cada respiração tentava acalmar os dois corações que batiam dentro do meu corpo, o meu coração e do meu pequeno. Perdi a noção do tempo, só pensava que antes do sol nascer teria meu filho nos meus braços. Meu CD de yoga tocava em loop. Aos poucos fui me entregando aquele ritmo de contrações, abraços, respirações e não via mais nada ao meu redor. Em pouco tempo estava gemendo e não me aguentava em pé, meu corpo se tremia todo durante cada contração e esse foi o único momento que tive medo e achei que não fosse conseguir. Mas eu estava cercada de amor, de pessoas que confiavam no meu corpo por mim e que não desistiram em momento nenhum. Meu marido falava que eu estava indo muito bem, minha obstetra dizia que isso era normal, minha mãe falava que agora faltava pouco. Cada palavra entrava no meu subconsciente e me dava força, a força que eu precisava. Em seguida meu marido gritou que já dava pra ver a cabeça!!! Senti uma emoção muito forte, queria ver, queria tocar. Quando coloquei a mão senti a pontinha da cabeça com o cabelo quente e húmido! Estava nascendo! Mais algumas contrações e eu teria ele nos meus braços. Mas foram muitas e muitas contrações. A cada contração a cabeça dele saia um pouquinho mais e quando eu relaxava ela voltava. Aos poucos ele foi abrindo espaço para passar sem me machucar, sentia perfeitamente tudo, senti quando a cabeça passou toda, não queria esperar mais uma contração para passar o corpo, continuei fazendo força e ele veio escorregando. Deslizou direto para a mão da obstetra que estava ali apenas para apará-lo, ela colocou ele direto nos meus braços. Eu não consigo descrever em palavras a emoção que foi senti-lo no meu colo pela primeira vez, ainda sujo de sangue, com aquela pele fina encostando na minha, os olhos abertos me olhando e aquele choro forte. Em pouco tempo se acalmou e já pegou o peito para mamar. Que sensação maravilhosa! Ele mal tinha chegado ao mundo e já estava ali me ensinando a dar de mamar, me ensinando a ser mãe. Eu estava completamente radiante!
Yoga e Gravidez
A yoga trabalha o ser humano por inteiro, com suavidade, atuando em todos os níveis: físico, energético e mental.
Os benefícios da yoga são inúmeros, tanto durante a gestação quando durante o trabalho de parto. Durante a gestação os exercícios de yoga favorecem a circulação sanguínea diminuindo inchaço, dormência e varizes. O fortalecimento do assoalho pélvico prepara o períneo para o parto prevenindo laceração e ajudando na recuperação do pós-parto. Os alongamentos ajudam a aliviar as dores nas costas. A ampliação da respiração materna ajuda a oxigenar mãe e bebê trazendo maior equilíbrio e tranquilidade, o que ajudam a lidar com ansiedade e mudanças de humor. Além é claro de fortalecer o vínculo entre mãe e filho.
Alguns exercício de yoga são contra indicado para grávidas, como por exemplo as invertidas. Porém é importante conhecer suas limitações. Se alguma posição não te faz bem pare imediatamente. Conforme a gestação vai avançando alguns exercícios vão ficando impossíveis de serem executados por causa da enorme barriga. Deitar de barriga para cima é uma posição que incomoda a maioria das grávidas, pois diminui o fluxo sanguíneo para o útero. Também é importante não forçar muito nos alongamentos, pois o hormônio relaxina é liberado para permitir que o útero dilate junto com outros tecidos e por isso ficamos mais suscetíveis a distensões musculares.
Durante o trabalho de parto alguns exercícios de yoga ajudam a aliviar, relaxar, proporcionar abertura pélvica, a rotação do bebê e facilitar sua descida. O trabalho respiratório também é importantíssimo, e o que mais auxilia durante o expulsivo é o pranayama feito através de expirações e inspirações rápidas e superficiais, apenas pelo nariz. Com esse exercício é possível conduzir o prana (energia vital) por todo o organismo. Isso libera endorfina e faz todo um trabalho de oxigenação, aliviando as dores.
Eu lembro que durante a minha fase passiva e ativa eu respirava profundamente em cada contração, tentando relaxar e me conectar. Mas durante o expulsivo a respiração rápida foi involuntária.
Exercícios que ajudam durante gestação e trabalho de parto:
Posturas básicas de equilíbrio: Em pé de olhos fechados, ou tirar um pouco os calcanhares do chão, ou postura da árvore. A gravidez tira a mulher do centro de gravidade que ela estava acostumada, isso significa que ela terá que trabalhar outros músculos que não eram muito usados para compensar o peso da barriga. Essas posturas trabalham centenas músculos que serão exigidos durante a gravidez e trabalho de parto.
Cócoras: Ajuda a fortalecer as coxas durante a gravidez. Durante o trabalho de parto essa posição ajuda na dilatação e abrir passagem para o bebê.
Subir e descer da posição de cócoras: Esse exercício trabalha bastante as pernas. Ele também é bom para trabalhar o períneo. Desce expirando lentamente, lá em baixo inspira e ao expirar contrai o períneo, inspira novamente relaxando o períneo e sobe expirando.
Postura da cadeira (com ou sem apoio): ajuda a fortalecer as coxas e alongar a coluna, dando maior conforto durante a gestação. Dependendo da fase da gestação é necessário abrir mais as pernas para acomodar a barriga e às vezes é necessário um apoio (numa cadeira, ou barra, ou até mesmo uma pessoa).
Reclinando para frente em pé apoiada: a gestante pode se apoiar em uma pessoa, na barra, na cama. Tanto durante a gestação quando durante o trabalho de parto essa posição alivia as dores nas costas e ajuda a relaxar. Eu colocava a bola em cima da cama para dar a altura perfeita para eu passar pelas contrações numa posição confortável.
Quatro apoios: durante o trabalho de parto essa posição facilita a rotação do bebê e tira o peso da coluna alongando-a e relaxando-a.
Postura da criança com o bumbum elevado: quando a gestação já está no final a mulher não consegue fazer a postura da criança pois a barriga fica um pouco comprimida, mas ao elevar o bumbum um pouco, a barriga se encaixa entre as pernas e essa posição traz alívio para as costas, relaxa e oxigenam mais o cérebro pois o coração fica acima da cabeça (pequena invertida).
Sentada na bola: sentada na bola a mulher consegue ficar com a coluna bem alinhada pois a bola se molda ao corpo da mulher. Rebolar ou ficar quicando na bola ajuda o bebê a descer e se encaixar. Outra opção é massagear o assoalhe pélvico girando o quadril pra frente e pra trás.
Sentada na bola com o tronco apoiado: Pode-se apoiar em uma mesa, pessoa ou cama. Essa posição relaxa bastante e é ótima para receber massagem na lombar durante as contrações.
De joelhos apoiada na bola: essa posição relaxa bastante e alivia as dores na costas além de facilitar a rotação do bebê no momento do parto.
Os minutos finais da sua prática de yoga devem ser reservados para o relaxamento. Nesse momento coloque a mão sobre seu filho e sinta ele. Durante todo o exercício, as posturas e respiração ele estava ali, então reserve esses minutos finais para vocês se conectarem. Fale para ele que daqui a algum tempo seu útero vai ficar apertado, e que quando essa hora chegar ele estará pronto para nascer e te conhecer. Imagine o dia do parto, imagine ele descendo pelo canal vaginal e nascendo, mostre pra ele esse caminho. Fale para ele não ter medo. Fale pra ele que no dia do nascimento vocês dois terão que trabalhar juntos, que será cansativo, mas que vocês podem fazer um lindo parto.
A influência da música
A música atua sobre vários níveis, dependendo da sua vibração ela dá coragem e força a mulher. Existem músicas mais agitada que estimulam as contrações e outras mais calmas que relaxam. Durante as diferentes fases do trabalho de parto são indicadas diferentes tipos de música. Mas o mais importante é que as músicas tenham algum significado para a gestante, devem ser músicas que ela goste de ouvir. É legal durante a gestação ir preparando uma playlist para o dia do parto, isso vai criando uma ligação maior com esse dia tão especial. Você passa a imaginar o dia com todos os detalhes que lhe agradam, e a idéia da dor vai indo embora. Para o comecinho do trabalho de parto é interessante ouvir músicas mais calmas que relaxam. Se as contrações estiverem muito fortes e o trabalho de parto estiver caminhando bem, também é interessante músicas mais calmas. Porém se o trabalho de parto estiver lento é importante colocar algo que estimule as contrações. Mantras são bastante indicados pois o som repetido tem cadência parecida com as contrações, mas eles relaxam e evitam a dispersão (sair da partolândia). Quando se está na partolândia, a mulher não vê nem ouve muita coisa, apenas sente, e a música ajuda muito. Mas é importante lembrar que o sentimento durante o trabalho de parto é imprevisível, pode ser que na hora das dores você não queira ouvir nada daquilo que você separou.
Durante a minha gestação preparei 2 playlists, uma mais agitada e outra com músicas mais calmas além do CD que escutava nas minha aulas de yoga. Mas no dia eu só queria ouvir Om Mani Padme Hum, por isso meu marido colocou meu CD de yoga num loop infinito. Eu sempre me emociono ao ouvir essas músicas, volta tudo, eu me sinto parindo novamente. É maravilhosa essa memória auditiva.
Chegou o grande dia
Durante o trabalho de parto, a parte ativa do corpo da mulher é a parte mais primitiva do cérebro, que funciona como uma glândula, liberando os hormônios. Quando surgem inibições, elas ativam a parte frontal do cérebro, o neocórtex, a parte mais desenvolvida do ser humano, o que nos torna racionais. Qualquer estimulação no neocórtex, como por exemplo, conversar com a gestante, perguntar endereço ou CPF, rodeá-la com luzes brilhantes, ou fazê-la se sentir observada ou insegura podem atrapalhar o trabalho de parto. A redução da atividade cortical, como algumas mulheres chamam de ir para a “partolândia”, é o aspecto mais importante da fisiologia do parto.
O trabalho de parto normalmente possui 3 fases: a fase passiva, ativa e o expulsivo. Na fase passiva as contrações são totalmente suportáveis, dá pra conversar e interagir com outras pessoas entre as contrações, mas é importante não confundir essa fase com os pródromos. Os pródromos normalmente não tem ritmo e podem ser sentidos dias antes do nascimento, são contrações que vem, parecem que vão ganhar ritmo e depois se perdem. Quando o trabalho de parto realmente começa é importante tentar descansar, pois ainda tem um longo caminho pela frente. Massagens com óleos relaxantes são ótimas. A massagem pode ser no corpo todo, o óleo de lavanda é uma delícia. Dizem que o chá de canela também é ótimo para essa fase pois estimula as contrações mantendo o trabalho de parto no ritmo certo. Os exercício praticados na yoga são ótimos também para manter o trabalho de parto em andamento caso ele esteja lento. Quando a fase ativa começa, a mulher perde um pouco o contato com o mundo exterior e isso é ótimo, como já falei, é importante desativar o neocórtex. Nessa fase as contrações já são bem dolorosas, um bom banho quente ajuda a diminuir a dor. Os exercícios na bola ajudam o bebe a encaixar. O final da dilatação pode ser o momento de covardia da maioria das mulheres, isso é normal, é o momento que a mulher duvida de si mesma, começa a pensar em cesárea, anestesia e quer logo que isso tudo acabe. Mas quando a dilatação se completa, normalmente as dores diminuem e a mulher entra na fase expulsiva. É comum algumas mulheres dormirem entre essas duas últimas fases, é o corpo dela guardando energia para a última fase. É sempre importante deixar a mulher a vontade para fazer o que ela quiser. Na fase expulsiva a vontade de fazer força é involuntária, uma massagem com óleo de jasmim feita na lombar é um excelente estimulante. Rebolar na bola ajuda o bebe a fazer a rotação na descida pelo canal vaginal. De resto é só deixar a natureza fazer a parte dela. Mulheres sabem parir e bebes sabem nascer.
O começo da minha nova vida
Com o nascimento do meu filho nasceu também uma mãe, um pai, um amor incondicional. A gente sempre escuta as pessoas falarem isso, e é incrível como é verdade. Meu amor pelo meu filho cresce a cada dia, me apaixono por cada descoberta nova que ele faz. Meu descubro uma nova mãe a cada nova fase dele, as vezes erro, as vezes acerto e as vezes me desespero. Mas depois de mais de 1 ano já descobri que não existe regra, existe o que funciona pra mim e pro meu filho naquele momento. O bebe muda a cada dia, então o que funcionava ontem pode não funcionar amanhã. Para os momentos de desespero eu respiro, já percebi que quando me acalmo ele se acalma também. Já percebi que na hora de dormir quando eu faço a respiração profunda ele dorme mais rápido. A yoga continua nas nossas vidas trazendo os benefícios de uma vida mais equilibrada. Ele é o mascote da turma, amado por todos que acompanharam a gestação e que agora acompanham seu desenvolvimento.
A poucas semanas descobri que estou grávida de novo. Não podia estar mais feliz! Apesar de já saber o que esperar da gestação, parto e puerpério, tenho certeza que muita coisa vai ser diferente, e mal posso esperar para acompanhar o crescimento desse novo ser que já é muito amado.
Paula Vilella
Mãe de Pedro e Bernardo - Engenheira
Praticante de Yoga