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Yoga com Liana

Sobre Yoga ou "Receba Colo da Mãe Terra"

 

Para quem não sabe, 21 de junho é o Dia Mundial da yoga. Eu não sabia, mas junho chegou e tratou de me avisar. Ser uma adolescente com 15 ou 16 anos e fazer yoga pela primeira vez foi algo que me marcou muito: jurei que nunca mais faria yoga. Num lugar frio deste rj, num dia de outono/inverno, tentei fazer meu primeiro "enraizamento" para a postura da montanha. Ouvi coisas sobre uma postura da cobra e algumas outras poses que tinham a ver com alguns outros bichos. Não entendi nada. Não sabia o que fazer com a minha coluna (ou pés, ou mãos, ou o corpo como um todo...). A minha leitura daquele momento foi: yoga não é pra mim. Próximo capítulo! 

 

Pulamos para 2010 e alguma coisa. Eu juro que não lembro quando foi que voltei a me interessar. Eu só sei que queria fazer algo com o meu corpo, que estava enfrentando aquela posição maravilhosa chamada estática. Fiz o que uma pessoa como eu adora fazer: catei aulas gratuitas pela cidade. Frequentei várias. Onde tinha eu tentava ir, principalmente na Praia. Foi tudo uma evolução: as aulas me levaram a tentar fazer em casa, que me levaram a procurar professores no YouTube, que me fizeram acordar às 7h da manhã todo dia durante um tempo para praticar 20 minutos, o que me fez comprar meu primeiro tapete, o qual me acompanha em todas as viagens.

 

Tudo seguiu evoluindo. Da qualidade do sono à consciência de postura. E, sem pestanejar, a minha consciência de estar no mundo. Em 2014, eu descobri que tenho um cisto na base da coluna, no canal da dita cuja, bem ali no rabicó. Não me perguntem como ele foi parar ali, é de nascença. Ele achou um quentinho gostoso e ficou. carinhosamente ganhou o apelido de pérola, por mais que ela seja bem maior que uma pérola. Ela tem nome científico, mas as afirmações científicas que recebi de médicos até hoje dizem que ela vai pra terra comigo e que não há o que fazer. Questionei e duvidei, depois eu aceitei ainda rebelde, e agora eu apenas vivo sabendo que algumas de minhas vértebras têm um caso de amor com uma pérola. Passei um bocado de tempo intrigada e preocupada com ela, mas aí... veio a segunda evolução na minha yoga. 

 

Ela se chama: encontro de mestra e aluna e a mágica disso que chamamos de tempo. Por um encontro, eu fui acolhida e encontrei minha professora, que atende por Liana Minuscoli. Ela se preocupa se todos os meus dedinhos do pé estão na mesma tonalidade de sangue e se exercem a mesma pressão numa determinada postura. Eu descobri que tenho um pescoço, eu parei de olhar para baixo. Eu comecei a encarar mais as pessoas de frente, de igual para igual. Eu até olhava olho no olho, mas confie quando eu digo que a yoga me deu uma percepção diferente sobre mim. Eu passei a ser mais gentil comigo mesma. Eu percebi que cabe muito mais ar em mim e que respirar me traz coragem. Quando eu falo da Liana tem duas coisas que me vêm de imediato: a voz, sempre calma, firme e muito viva, e o toque que aquece, corrige, endireita, acolhe e também massageia (mãos mágicas!). As frases de Liana são um mundo à parte e eu poderia passar um bocado de tempo lembrando delas e fazendo anotações, mas duas sempre aquecem o coração: a primeira está no título deste texto, e a segunda é simplesmente "Respira no desequilíbrio". Foi nas aulas com ela que percebi o quanto é precioso nos dar como conforto a respiração quando a vida pega a gente de surpresa. Sobre a pérola: nos encaixamos :). 

 

E, por isso, deixo meu agradecimento gigante à minha professora amada neste mês junino. Obrigada por me ensinar tanto e por me mostrar que yoga não é só fazer umas posturas esquisitas, outras elegantes ou difíceis. Uma vez te perguntei: "Quando você pratica yoga no seu dia?". Você disse: "O tempo todo. Se algum dia eu não tiver mais nada, eu tenho a yoga." Foi aí que me toquei... é isso. ❤️

 

Namastê.

Renata Fontanetto

 

Jornalista

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